segunda-feira, 9 de março de 2009

5 Perguntas para Raphael Fernandes

A nova série brasileira da MAD completa um ano de publicação neste mês. Desde a saída de Ota (não sem algum barulho) em setembro do ano passado, o jovem Raphael Fernandes – que começou cuidando da parte internacional do mix – assumiu o título integralmente.

Leitor de quadrinhos desde criança, formado em História e Jornalismo, Raphael chegou à Mythos/Panini disputando a vaga oferecida pelo editor-sênior Fernando Lopes durante uma palestra na USP. Depois de trabalhar com quadrinhos infantis da Marvel e álbuns da editora SAF, “ganhou” a MAD Especial do editor-chefe da Mythos, Hélcio Carvalho, ao alertá-lo de que ele estava repetindo uma matéria da edição anterior durante o fechamento.

Raphael Fernandes responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:



1) Por que a Panini resolver trazer a MAD de volta para o Brasil?

A MAD foi vendida para a Panini como uma revista de qualidade e que faz um sucesso enorme no mundo todo. Me lembra muito a história do "João e o Pé de Feijão", saca? Acabou dando certo, pois a revista é um sucesso entre os leitores e até mesmo entre alguns críticos (por incrível que pareça).

2) Como foi a formação da primeira equipe criativa e, depois da saída do Ota, como você chegou à equipe atual?
Como o clina na redação era turbulento, eu já estava esboçando uma equipe nacional "reserva" na minha cabeça. Então quando eu precisei assumir (a revista e não uma vida de borboleta) foi só ligar pros meus amigos da área que conhecem todo mundo (como o grande Franco de Rosa, Marcio Baraldi e o Gualberto Costa). Graças a eles, a equipe se tornou ainda mais forte e cheia de estrelas. o time inicial foi: Xalberto, Flávio, Marcatti, Baraldi, Vasqs, Bione, Ed Sarro, Paffaro, Heneh, Bira Dantas, Amorim, Jorge Barreto, Gilmar, Daniel Lafayette e revelamos os talentos de Raphael Salimena e João Pinho. Muitos destes nomes continuam no título e fui acrescentando outras figuras que foram aparecendo, como o espetacular capista Elias Silveira. Trabalhamos com um sistema de rodízio de colaboradores e isso dá uma cara nova a cada edição, mas sem perder a personalidade da revista.

3) Quais os critérios para compor o mix da revista entre material nacional e estrangeiro?
O principal critério para escolha de material é o quanto elas são engraçados e atuais. O segundo é se aquele material se encaixa na pauta que definimos para a edição. Obviamente, algumas coisas são obrigatórias, como Aragonés, Spy vs. Spy, dobradinha e outras coisinhas que fizeram história na revista.

4) Alguns leitores antigos da MAD dizem que na fase atual a revista "perdeu a graça". Quanto há de saudosismo e quanto há de verdade nessas críticas?
Boa parte destes leitores são fakes (personalidades falsas) de uma pessoa muito invejosa e chatonilda. Os outros são leitores que não gostam do estilo de humor que usamos na revista. O engraçado é que a fonte de inspiração são as edições americanas da MAD das décadas de 1970 e 80 aliadas aos quadrinhos nacionais. Deixamos a revista mais alegre e maluca, pois ela andava numas de "emo" e isso não tem nada a ver com a MAD. Também tem o caso dos leitores que envelhecem e perdem aquele espírito adolescente do humor da MAD, mas estes são um caso perdido para a humanidade.

5) Como será a edição de aniversário?
Parecia impossível, mas chegamos na edição 12 com tudo! Na capa, não poderíamos deixar de zoar toda a babaquice do BBB, numa matéria escrita por ninguém menos que Gian Danton (na revista também fazemos a primeira sátira da nova fase), zoamos o filme Crepúsculo, revelamos todos os segredos dos bastidores da adaptação de Dragon Ball Z e um monte de outras porcarias que vão tirar o leitor do sério. Ah, quase ia me esquecendo: nós teremos duas grandes surpresas... tá bom, tá bom! Vou revelar uma: nós vamos dar para o leitor um papel higiênico da MAD! Afinal de contas, eu não aguentava mais aquela velha piada idiota da MAD servir como papel higiênico.


A MAD é a revista de humor mais popular do mundo. Foi lançada nos Estados Unidos em 1952 pela EC Comics e hoje pertence à DC Comics. No Brasil, já saiu por quatro editoras: Vecchi (1974 a 1983), Record (1984 a 2000), Mythos (2000 a 2006) e, agora, pela Panini.

Raphael Fernandes é também colaborador da revista Wizmania e assina uma coluna no blog Sedentário e Hiperativo.

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